sábado, 28 de setembro de 2013

Sem destino





Caminhas sozinho, sem destino,
Caminhas no meio da multidão,
Alheio a tudo, isento da razão.
Esboças um sorriso, ainda que apagado
Ironia presente, num ser amargurado.
Deixaste de acreditar, deixaste de sonhar,
Em teu olhar raia o medo, de um novo despertar.
Tua angustia é teu fado, que por ti é abraçado,
Foges de outro ser, receias, já, ser amado.
Preferes a solidão, num pensamento esmorecido,
Queres fazer do presente, um passado esquecido.
Teu olhar perdido e belo, contempla o firmamento,
Plasmas tua dor, no mundo do esquecimento.
Sabes que a felicidade é já doce utopia,
Deixas tombar teu corpo, em suave letargia.
Esqueceste o passado, desconheces o presente,
Ao teu futuro sorris, numa alegria aparente.

10 de Julho de 2010

Alcina Moreira


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Som do Silêncio



Um silêncio ensurdecedor,
Dentro e fora de mim,
Estilhaça minha dor,
Um grito mudo assim…

Uma lágrima gelada,
Queima minha face enrubescida,
Por uma angustia sentida,
Uma saudade sem fim.

Sinto teu olhar suplicante,
Fazendo apelo à esperança,
Já em sofrimento galopante,
Como um sonho de criança.

(...) 

Partiste, deixaste-me em letargia,
Tudo o que sinto é um vazio,
Que por ninguém é preenchido
Uma triste nostalgia.


Alcina Moreira