terça-feira, 9 de abril de 2013

Sentada numa duna


Sentada numa duna,
Num silêncio sepulcral
Ouço as ondas do mar
Numa angústia abissal.

Fecho os olhos,
Já não penso.
Deixo escorrer o sentimento,
Numa tempestade de desalento.

Meu ser só sente,
A fúria da natureza
Que em esplendor e beleza
Minha amargura pressente.

Levanto-me e grito ao vento,
Que tua ausência é tormento.
Ele diz-me num eco surdo,
Que minha dor é um absurdo.

Ergo-me inconformada.
Abraço um todo vazio,
Sinto dor e tenho frio
Prossigo minha eterna caminhada.

Levo no pensamento
Aquele eterno momento,
Duma história já passada,
Em que amei e fui amada.

Adeus, meu amor!
Lembra apenas o instante,
Em que fui a tua amante,
E me entreguei com fervor.

Que se faça eternidade
Nossa paixão ardente,
Tornando mais real e pungente,
Esta doce e dolorosa saudade.



segunda-feira, 8 de abril de 2013

Um grito surdo nas trevas


Um Grito Surdo Nas Trevas 


Um grito surdo nas trevas
Um clarão rompe a escuridão
Vislumbro teu vulto.
A chuva fustiga-me
Procuro-te na tempestade.
Sinto-te fugir,
Foges de mim, sem vontade.
Que tormento te assola?
Que veneno sorvem teus lábios?
Que sofrimento te mata?
Que angustia te atormenta?
Sai da sombra!
Vem até mim.
Pega minha mão,
Partilha tua dor!
Eu te dou o meu amor…
Sai dessa tempestade,
Que te condena a um mundo feito de treva
Vem até mim, minha esperança, é luz.
Que ao teu caminho te conduz…
Não te prendas, solta teu desespero
Grita, grita sem medo
Livra-te de todo o pavor.
Toma lá o meu amor…


Alcina Moreira