quarta-feira, 28 de março de 2012

Tão longe e tão perto...


Tão longe e tão perto…
Distante, sinto tua presença,
Vejo teu olhar de desejo,unido ao meu.
Teus lábios ávidos sorvem minha lascívia e paixão…
Tuas mãos, passeando, vagarosamente, em meu corpo,
São uma promessa silenciosa,
Deixando meu corpo numa lava ardente…
Estás distante e nunca estiveste tão próximo…
Não distingo meu corpo do teu!
Se toco meus lábios, sinto a paixão de teus beijos.
Se toco meu ser, sinto um vazio ardente…
Saudade pungente,
De teus lábios, de teu rosto, de teu olhar quente,
Que desperta todos os meus sentidos adormecidos.
Lágrimas rolam por meu rosto,
Gravado em meu ser a fogo, és presente,
Mas, não deixas de estar ausente…
Vem, vem buscar-me, vem calar a minha dor,
Em silêncio, fala-me de amor…
Apaga minha angústia,
Duma distância sentida.
Abafa o eco de meu grito mudo…
Vem amor, sou tua, serei tua, hoje e sempre…
Serei tua eternamente.

2010-02-14

Beijos

Alcina Moreira

Sofrimento profundo


Sofrimento profundo

Um silêncio espesso, sombrio, pesado.
Uma corrente de tristeza, numa alma apertada
Vontade de fugir, estando sempre parada…
Um tempo que persegue,
Um relógio que não pára.
Espera de forma irónica,
Uma vida amarfanhada.
Uma dor avassaladora
Um sofrimento profundo,
As garras da morte a querem levar,
Tirando-o deste mundo.
Eu não quero, queres viver
Mas seu poder implacável,
Tua vontade ousa vencer.
Agarra-te a mim,
Sofrerei contigo,
Prometo mitigar tua angustia,
Mesmo de coração partido.
Seguro a tua mão…
Ergo os olhos para o céu,
E a Deus faço uma prece.
- Se a queres junto de ti,
Protege-a do sofrimento.
Sê piedoso!
Que morra com dignidade.
Se é essa Tua vontade.

26 de Setembro de 2010

Alcina Moreira




segunda-feira, 26 de março de 2012

Sonhei que tinha sonhado

Caminho sobre as àguas

Sou mulher...

Saudade...

Porquê?

Um sonho

Partiste

Fecho os olhos ...

Fecho os olhos, não quero pensar, Pensamento traz sofrimento, E meu coração está a sangrar. Minhas lágrimas o lamento, Do que não quero lembrar. Fecho os olhos, penso em ti, Penso em tudo o que vivi, Que o tempo quer apagar. Naquela praia distante, Entreguei-me, fui amante, Amei e deixei-me amar. Abracei aquele momento, Como se eterno possível, Uma rajada de vento, Tornou-o inatingível, Votou-o ao esquecimento. Fecho os olhos, penso em ti, Sinto o coração quebrado, Tudo aquilo que senti, Transformou-se em passado. Enclausurada na solidão, Procuro a tua mão, Minha alma está vazia, Vagueia na escuridão. Réstia de amor é dor, Tudo o mais é utopia. 13 de Julho de 2010 Alcina Moreira

domingo, 25 de março de 2012

Se eu fosse pintora...




Se eu fosse pintora fazia uma tela
Onde tu sentisses que a vida era bela.
Se fosse pintora, exibia o olhar daquela criança
Que te recorda a tua feliz infância.
Se fosse pintora, pintava a alegria,
Para que esquecesses a teus dias de agonia.
Se fosse pintora, coloria a saudade,
Para poderes sentir, na recordação, a felicidade.
Se fosse pintora, sanava da pintura a dor,
Para que só experimentasses o prazer do amor.
Se fosse pintora, pintava-te amigo,
Para que lembrasses que estou sempre contigo.
Não sou pintora, mas sou tua amiga,
Entrego-te meu amor, meu coração,
Concedo-te a graça de minha oração.
Que a harmonia, ternura e alegria
Estejam sempre na tua mão.
E os teus dias sejam uma perpétua alegre canção.

19 de Maio de 2011

Alcina Moreira

quinta-feira, 22 de março de 2012

As horas passam...


As horas passam, dolentes sem pressa,
A insónia domina-me, e a dor recomeça…
A depressão assola-me, agasta-me,
Vertiginosa saudade se possessa de meu ser.
Saudade de quem fui, saudade de quem serei,
Saudade de mim, de ti, de nós,
Saudade gerada pela ausência,
De todos os seres que amei…
Turbilhão de sentimentos,
Dor da perda, arrependimentos.
Vontade absurda de descobrir,
Todo aquilo que já sei…
Saber-me amada assim,
É tristeza para mim.
O mutismo, a distancia,
Derrubará, com agonia, a esperança,
Do amor que não tem fim.
Culpa tua, minha, nossa!
Que erga a mão quem possa,
Encontrar uma resposta,
Para quem só quer viver,
Dar, amar e receber.
Abrir mão do coração,
Esquecer toda a razão,
Sem com o gesto padecer…

22 de Agosto de 2011

Alcina Moreira

terça-feira, 20 de março de 2012

Depressão






Depressão


Sinto-me triste, deprimida…
Uma nostalgia parece ensombrar meu dia,
Mergulho na escuridão da minha depressão,
Deixo que a dor escorra de meu coração,
A mágoa cola-se a ela numa triste melodia.
Não consigo escapulir a uma saudade que me asfixia.
Deixo-me cair, com os pensamentos em turbilhão…
Cansada, exausta de procurar o nada, perco a razão.
Meu pensamento transforma-se em sentimento,
E todo este sentir é um real fingimento,
Duma alma sem alento, sem rumo, ao sabor do vento.
Abraço-me, fecho os olhos e procuro aquela lágrima escondida,
Que me ajude a tratar a minha alma ferida…
A lágrima tombou, molhou minha face e secou.
Evaporou-se e deixou-me mais perdida…

11 de Maio de 10

Alcina Moreira

domingo, 18 de março de 2012

Soubesses ler meu olhar

Era tudo tão fácil se soubesses ler meu olhar…
Era tão fácil, entenderes o que é amar.
Era tão simples poder tudo partilhar…
Tomar meu colo e nele tua mágoa brotar.
Pegar minha mão e secar tua lágrima molhada, a queimar.
Pequeno e grande gesto de me abraçar…
Sussurrar, num murmúrio silencioso, tua vontade de ficar…
Tudo em vão…
Triste e pesarosa desilusão…
Chove lá fora e no meu coração.
Quero-te, desejo-te, mas partes, como no final duma triste canção…
Inconformada, procuro saber a razão…
Revejo, vasculho meu passado, olho meu presente, tudo em vão…
Limpaste minha lágrima teimosa e incontrolada,
E partiste sem dizer mais nada…
E eu aqui permaneço sentada,
Perdida em sonhos,
Repleta duma nostalgia triste…
Abandonada, nesta sombria e derradeira madrugada.

Alcina Moreira


sábado, 17 de março de 2012

A Chuva bate ...


A chuva bate, fustiga as janelas,

Seu som é uma triste melodia.

Que arde meu corpo e me deixa fria.

Olho o horizonte com céu cinzento,

Deixo a lágrima tombar,

Rebolando meu sentimento.

Hirta me mantenho ali,

Pensando no que sou,

Recordando o que já vivi…

O tempo passa, permaneço esquecida

Que a vida mesmo com dor é para ser vivida.

Acendo o cigarro de alma inquieta,

Sufoca-me esta vida presente e tão incerta.

A revolta esvai-se, a dor persiste,

Encarar uma vida com futuro tão triste…

Ouço uma voz melódica ao longe,

Implora-me que não busque o que a vida me esconde.

E, assim vou viver, o presente de felicidade ausente,

Esquecer o passado em meu peito abafado.

Ignorar o futuro que parece tão escuro.

Assim, assim, vou viver…



3 de Outubro de 2010



Alcina Moreira

sexta-feira, 16 de março de 2012

Caminha...





Caminha naquela estrada,

Está sozinha, abandonada,

Sua alma torturada,

Chora, grita angustiada.



Olha em seu redor,

Tudo está triste, despido,

Devastado pela dor,

Em seu coração de angustia esculpido.



Procura na escuridão,

Cúmplice da sua solidão,

Encontrar uma saída,

Buscar sua alma perdida.



Houve o eco de seus passos,

Lentos, pesados, lassos,

Que caminham à deriva,

De toda a alegria despida.



A tristeza é sua – diz,

A saudade companheira

Pede a Deus, mulher infeliz,

Uma vida verdadeira.



26 de Dezembro 2010



Alcina Moreira

domingo, 4 de março de 2012

Tomba a lágrima

Tomba a lágrima teimosa
Triste, só e revoltada,
Cai como chuva entre gente
E, por todos é pisada.

Que fizeste tu de mal,
Senão libertar tua mágoa!
Aliviar tua alma,
Seguir tua caminhada...

Pura, inocente, cristalina,
Desconheces tua sina...
Sabes mitigar a dor,
Do que chora seu ausente.

Pudera acompanhar-te,
Fazer minha, a tua lágrima,
Deixá-la caír sem sentido.
Naquele mundo esquecido.

E nada mais restaria,
Que a profunda alegria,
De ter atravessado a estrada.
Onde pára e cai cansada...



6 de Fevereiro de 2012


Alcina Moreira 
Alcina Moreira

sábado, 3 de março de 2012

Despedida / pseudo-partida



Despedida sentida/ pseudo-partida.



Escuto e sinto,

Sinto minha alma tocar a tua.

Sinto nossas lágrimas unas,

Criando um mar de amargura…

Minha angustia agarra-se à tua, gritando em uníssono,

Fazendo um eco surdo, no vazio de nosso pensamento.

Sinto teus lábios, tocarem os meus,

Inertes, frios,

Sabendo estar próximo o fim.

Toco tua face, seguras meu rosto,

Olhámo-nos pela última vez, como se a fosse a primeira.

Gravámos, com dor, na memória

Um doce amor que não pode viver…

Sufocamos uma madrugada de ternura

Que, com o vento voraz, foi apagada.

Dás-me a mão trémula e aperta-la com força.

Tua paixão de outrora, agarra-se à tua mão,

Para ficar gravada, de forma abrupta e firme, no meu coração.

Não nos olhámos mais,

Lentamente, sentimos nossos dedos separarem-se, com desespero…

Não quero ver mais teus olhos,

Não quero ver mais minha dor plasmada no brilho de teu olhar,

Não quero ver tua dor, já a levo comigo.

Separámo-nos, sem olhar para trás.

Separámo-nos, mas sei que em mim viverás.

Nada, nem ninguém poderá apagar,

Este doce e selvagem amor,

Que quis o destino separar.

Amei, fui amada, amo aquilo que fomos.

Amarei aquilo que somos eternamente…

E deixo-te partir,

Deixo-te partir para sempre…



10/02/11                                                                                                       

Beijos