quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sonho ou devaneio

Sonho ou devaneio
Fechei os olhos
Afoguei meu pensamento,
Apenas naquele momento.
Tu e eu, sonho ou devaneio,
De mãos dadas,
Rompemos caminhos, estradas,
Para atingir o Infinito.
Tive medo, um instante,
De estar num pais distante,
Onde o Tempo fosse ausência,
Tudo fosse reminiscência,
De algo que não vivi.
Se foi real, foi vivido,
Se foi sonho, foi sentido.
Um corpo adormecido.
Coração entorpecido,
Espero, espero por ti…





25 de Maio de 11
Alcina Moreira

sábado, 22 de setembro de 2012

Se soubesses ler meu olhar ...




Era tudo tão fácil se soubesses ler meu olhar…

Era tão fácil, entenderes o que é amar.

Era tão simples poder tudo partilhar…

Tomar meu colo e nele tua mágoa brotar.

Pegar minha mão e secar tua lágrima molhada, a queimar.

Pequeno e grande gesto de me abraçar…

Sussurrar, num murmúrio silencioso, tua vontade de ficar…

Tudo em vão…

Triste e pesarosa desilusão…

Chove lá fora e no meu coração.

Quero-te, desejo-te, mas partes, como no final duma triste canção…

Inconformada, procuro saber a razão…

Revejo, vasculho meu passado, olho meu presente, tudo em vão…

Limpaste minha lágrima teimosa e incontrolada,

E partiste sem dizer mais nada…

E eu aqui permaneço sentada,

Perdida em sonhos,

Repleta duma nostalgia triste…

Abandonada, nesta sombria e derradeira madrugada.

 
 
 
 

19 de Março de 2010

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Suave entardecer






Fecho os olhos…
Teu pensamento preenche-me.
Acaricias, de forma lânguida, meu corpo…
Deixas-me num frémito de prazer…
Sugas, com teus beijos molhados, minha razão e meu ser…
Já não distingo o meu corpo do teu…
O torpor cega meus sentidos…
Tornámo-nos unos…
Numa sintonia lasciva, deixámo-nos levar.
Colados, nossos corpos suados,
Dançam de forma cada vez mais alucinante.
Não parámos, impossível parar!
Ambos tocámos o Éden, exaustos e saciados.
Aí permanecemos, libertos, desnudados,
Entorpecidos pela paixão…
Deitados ficámos, olhando o Infinito…
Numa lassidão terna e selvagem.
Até quando? Até quando?
Talvez hoje, amanhã,
Talvez Sempre…




Alcina Moreira

Jardim dos segredos

 
Caminho sem pressa, naquele jardim,
Atapetado de relva, rosas e com cheiro a jasmim…
Foi ali, foi ali que te vi, te senti, por acaso…
Olhamo-nos profundamente,
Meu corpo escaldava com o teu olhar ardente…
Aproximamo-nos, o aroma das flores inebriava meus sentidos,
Sem mesmo o pensar, já por ti sonhava ser amada…
Estranha e misteriosa sensação, de te desejar, de te querer.
Como se fosses razão me meu viver…
Mas assim foi…rompem-se as barreiras…
Aproximas-te, tocas-me e meu corpo trémulo clama o teu.
Entrego-me, mesmo ali, porque sei, que desde então serás meu.
Não sei se em sonho, se ilusão,
Serás o jasmim, que ali apareceu para mim…
O tempo poderá passar, o jardim ficar sombrio…
Mas sempre que ali passo, sei que encontrei meu amor vadio…
Não serás esquecimento, porque meu amor,
Eternizou esse momento…
Partiste, não sei onde estás…
Seguiste o teu caminho,
Eu permaneci no jardim,
Mesclando prazer sentido…
Com o cheiro do jasmim…
Se puderes, volta, volta para mim…
 



 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Se eu fosse pintora...

                                                           Dedico ao meu filho, o ser que mais amo.





Se eu fosse pintora fazia uma tela
Onde tu sentisses que a vida era bela.
Se fosse pintora, exibia o olhar daquela criança
Que te recorda a tua feliz infância.
Se fosse pintora, pintava a alegria,
Para que esquecesses a teus dias de agonia.
Se fosse pintora, coloria a saudade,
Para poderes sentir, na recordação, a felicidade.
Se fosse pintora, sanava da pintura a dor,
Para que só experimentasses o prazer do amor.
Se fosse pintora, pintava-te meu filho,
Para que lembrasses que estou sempre contigo.
Não sou pintora, mas tua mãe, tua amiga,
Entrego-te meu amor, meu coração,
Concedo-te a graça de minha oração.
Que a harmonia, ternura e alegria
Estejam sempre na tua mão.
E os teus dias sejam uma perpétua alegre canção.




Alcina Moreira

sábado, 8 de setembro de 2012

Esperar




Tempo, pensei que fosses meu companheiro,

Pensei que fosses meu amigo…

Mas duma forma atroz,

Descubro em ti meu inimigo.

Acreditei que chorasses comigo,

Um choro pungente e sentido,

Que apagasse minha dor…

De mão dada, meu irmão,

Protegerias meu coração,

Desta mágoa de amor.

Mas não, implacável insistes,

Que a saudade que existe,

Se faça eternidade…

Se me queres perseguir,

Faz da recordação ternura,

Onde não haja amargura,

Não mais que a terna doçura,

De amar e ser amada.

 

 

17 de Maio de 2011

 

Alcina