sexta-feira, 30 de dezembro de 2011


Fecho os olhos…

Teu pensamento preenche-me.

Acaricias, de forma lânguida, meu corpo…

Deixas-me num frémito de prazer…

Sugas, com teus beijos molhados, minha razão e meu ser…

Já não distingo o meu corpo do teu…

O torpor cega meus sentidos…

Tornámo-nos unos…

Numa sintonia lasciva, deixámo-nos levar.

Colados, nossos corpos suados,

Dançam de forma cada vez mais alucinante.

Não parámos, impossível parar!

Ambos tocámos o Éden, exaustos e saciados.

Aí permanecemos, libertos, desnudados,

Entorpecidos pela paixão…

Deitados ficámos, olhando o Infinito…

Numa lassidão terna e selvagem.

Até quando? Até quando?

Talvez hoje, amanhã,

Talvez Sempre…



Alcina Moreira




Vagueio



Vagueio!



Sem rumo, sem destino,

Uma alma angustiada,

Que caminha abandonada,

Perdida em seu pensamento.

Sente a dor do sentimento

De quem já não sente nada.

Olha em frente, seu coração distante,

Busca aquele instante,

Em que soube ser amada,

Em que soube ser amante.

Memória de tempos idos,

Intensamente vividos,

Feitos de amor e esperança.

Que fique em teu coração,

Eterna e doce lembrança,

De nossa ternura e paixão.



Dezembro de 11



Alcina Moreira

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Chuva Bate




A chuva bate, fustiga as janelas,

Seu som é uma triste melodia.

Que arde meu corpo e me deixa fria.

Olho o horizonte com céu cinzento,

Deixo a lágrima tombar,

Rebolando meu sentimento.

Hirta me mantenho ali,

Pensando no que sou,

Recordando o que já vivi…

O tempo passa, permaneço esquecida

Que a vida mesmo com dor é para ser vivida.

Acendo o cigarro de alma inquieta,

Sufoca-me esta vida presente e tão incerta.

A revolta esvai-se, a dor persiste,

Encarar uma vida com futuro tão triste…

Ouço uma voz melódica ao longe,

Implora-me que não busque o que a vida me esconde.

E, assim vou viver, o presente de felicidade ausente,

Esquecer o passado em meu peito abafado.

Ignorar o futuro que parece tão escuro.

Assim, assim, vou viver…



3 de Outubro de 2010



Alcina Moreira

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A chama apagada



A chama apagada



Um som monocórdico,

Um som ensurdecedor,

Tudo resvala minha mente,

Entorpece minha dor.



Olho à minha volta,

Ouço sem nada apreender

Um ser indisciplinado

Que de nada quer saber.



Procuro tudo esquecer,

Para viver aquele momento,

Impossível de alcançar

Exilado em meu pensamento



Que saudades desse tempo,

Onde imperava a ilusão

Que a vida eram flores,

Arco-íris de mil cores

Felicidade e paixão



Ainda sinto o eco das risadas,

Das brincadeiras passadas,

Deixo cair a lágrima sentida,

Triste, vejo o que amo desaparecer desta vida



22 de Outubro de 2010



Alcina Moreira