Num silêncio sepulcral
Ouço as ondas do mar
Numa angústia abissal.
Fecho os olhos,
Já não penso.
Deixo escorrer o sentimento,
Numa tempestade de desalento.
Meu ser só sente,
A fúria da natureza
Que em esplendor e beleza
Minha amargura pressente.
Levanto-me e grito ao vento,
Que tua ausência é tormento.
Ele diz-me num eco surdo,
Que minha dor é um absurdo.
Ergo-me inconformada.
Abraço um todo vazio,
Sinto dor e tenho frio
Prossigo minha eterna caminhada.
Levo no pensamento
Aquele eterno momento,
Duma história já passada,
Em que amei e fui amada.
Adeus, meu amor!
Lembra apenas o instante,
Em que fui a tua amante,
E me entreguei com fervor.
Que se faça eternidade
Nossa paixão ardente,
Tornando mais real e pungente,
Esta doce e dolorosa saudade.
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