Coberta pelo manto da noite,
Seus gritos são abafados,
De angustia são tecidos,
De tristeza enlameados.
A chuva cai, copiosa,
Como lágrimas de teu rosto.
Porque quiseste amar,
Tão maior é teu desgosto.
A saudade aperta o peito
A duvida, inimigo suspeito.
Liberta-te mulher-criança,
Deixa esse fardo pesado,
Em que se transformou a esperança.
Ergues o rosto ao céu,
Nada vês, noite cerrada.
Porque segues, se cansada?
Amarfanha o passado,
Esquece o que te foi dado,
Porque nada te pertence.
Ergue-te, vive o presente!
O futuro, esse,
Que o viva quem o sente.
Abril de 12
Alcina Moreira
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