Cantinho que visa, dar asas à minha imaginação e deixar que meu ser se apresente em liberdade de expressão...
Que me seja permitido sonhar, imaginar, fantasiar, de forma a tornar a vida mais mágica...
Quero escrever sem amarras...de todas as formas possiveis...
Bem haja quem quiser acompanhar meu percurso, de aprendiz.
Ouço o silêncio surdo de teus passos,
Meu coração pula de exaltação,
Cedo desperta de seu ledo engano,
Chorando, segura sua alma em estilhaços.
Quisera viver a ilusão, de te saber com saudade.
Eterna se assegura minha tristeza,
Efémera é a felicidade…
Olho a noite solitária,
Que me embala em sua penumbra,
A angustia é profunda,
Escondo minha dor.
Em tua infinita escuridão,
Confesso minha paixão
A ti, companheira amiga e solidária.
Mulher perdida, abandonada,
Remexe no seu bolso e não encontra nada.
Mulher corajosa que enfrenta a adversidade,
Na busca da felicidade.
Mulher que chora, porque foi magoada,
Que ergue a cabeça e segue determinada.
Mulher honesta e justa
Que luta, que grita que enfrenta,
Aquilo que ao próprio homem custa.
Mulher, amante, amiga, companheira,
Que te abre sua cama, num dia de canseira.
Mulher bela, mulher feia, mulher doce e amarga,
Que te perdoa e desculpa,
Que por ti ergue a bainha de sua espada.
Mulher, metáfora do amor,
Que esconde suas lágrimas,
Para te proteger de sua dor.
Mulher nobre, mulher fútil
Que te abre sua porta
Quando te pode ser útil.
Mulher pobre que a criança sustenta,
E que sem forças, sua vida acalenta.
Mulher da vida, mulher heroína,
És, foste, serás, hoje e sempre uma Rainha.
Mulher-menina , mulher-criança,
Mulher que chora da sua infância.
Alma que ri em profunda tristeza,
Ser forte, na sua fraqueza.
Mulher do campo, mulher da rua,
Alma que grita, que se comove, com vida dura.
Mulher de sentimento profundo,
Ser que amaldiçoa e salva o mundo.
Mulher mãe, amante e amada,
Mulher que sonha mesmo acordada.
Mulher que vela seu filho, na madrugada.
Mulher sofredora, mulher angustiada.
Mulher sedutora, mulher rejeitada,
Mulher que aceita o tudo e o nada.
Alma que se entrega, se deixa possuir,
Mulher que murmura, sem nada sentir.
Mulher venturosa em vida desventurada,
Ser que odeia a verdade disfarçada,
Mulher do Passado, mulher do Presente,
Mulher que o Futuro pressente.
Estrela brilhante na noite sombria,
Projecção de luz, numa alma vazia,
Bálsamo do triste que chora na via,
Preso ao eco do que sentia.
Mulher solitária,
Caminhas na rua, abandonada.
Abraças o Universo, sem pedir nada.
Ergues-te do chão, determinada.
Mulher, fonte de luz,
Mulher que o mundo e o Homem conduz.
Mulher, muito obrigada!
Por tudo o que és…
Aura de esperança, numa vida apagada.
O mundo te agradece e te ergue sua espada.
Alcina Moreira
Uma, duas, três,
As lágrimas caem em catadupa
Lavam meu rosto macerado de dor,
Adormecem em meu colo.
Permaneço em silêncio,
Lavo minha alma de todo o sofrimento,
Sinto o eco surdo de um coração vazio,
Suas batidas são ténues, sinto frio…
Preciso do teu ombro terno e amigo,
Quero deixar de sentir esta solidão,
Que avassala e entorpece meu coração…
Quero sentir o teu calor,
O teu abraço protector,
Que me transporte para um mundo de luz,
Um mundo de Amor…
Quimera, vã ilusão,
Partiste, deixaste-me só, na escuridão…
Vacilante, na penumbra, procuro o caminho,
Sei que é um percurso tortuoso,
Onde paira um tormento doloroso,
Dum passado que se queria esquecido,
Dum presente que se queria vivido,
Atingindo, em glória, um futuro já vencido.
Caminharei devagarinho porque estou cansada,
Quero viver o momento, do amanhecer à madrugada,
Preciso dormir, esquecer minha vida apagada.
14 de Maio de 2010
Alcina Moreira
Fecho os olhos e penso.
Penso naquele dia, de mãos dadas,
Caminhávamos junto ao mar,
A brisa acariciava nossos rostos, silenciosos e calmos.
Não havia palavras, nossos corpos falavam…
Clamavam por carícias, por gemidos, por entrega.
Quis ser tua, foste meu e não precisamos dizer nada…
Quebraria aquele momento mágico…
Tomaste meu corpo, sorveste-o, acariciaste-o,
Beijaste-o como se fosse teu.
E foi, fui tua, nesse momento - fomos um.
Nossos corpos, lânguidos de prazer,
Abrasados de paixão, queriam fundir-se…
Esmagar-se…
Beijamo-nos sôfregos,
Com prazer doloroso chegávamos juntos ao Éden.
Quisera aí ficar e eternizaria esse momento, que foi nosso …
Que é nosso, será nosso, mesmo na nossa despedida.
Eternamente enamorada dum amor assim.
Final de tarde! Sentada, numa duna, deixo que a noite se aproxime. Olho o horizonte extasiada! As lágrimas soltam-se perante tanta beleza! A noite cai, lentamente … E, lentamente, minhas lágrimas tombam em meu colo … Tudo sereno, uma brisa suave, agita meus cabelos. Permaneço sentada…Sensação de paz… As cores deste final de dia, não deixam meu Ser imune. Uma cor nostálgica e outonal. Comungo, quero unir-me, sintonizar meu ser com esta paisagem… Quero ser esta natureza deslumbrante, que existe, Que É sem nada lhe ser exigido. Quero ser esta natureza, bela porque livre… Quero ser o que sou sem ameias. Quero SER!
Alcina Moreira
A noite está negra como a morte, Nela caminho alheia à minha sorte. O frio paralisa meu corpo, Não consigo avançar, Meu coração de forma ardente, parece gelar. Olha à minha volta, sinto-me agoniada, Sigo em frente, mas deixei de ver a estrada. A luz que me conduzia, me incendiava Com uma rajada de vento, foi apagada. Não há medo, nem fobia, estou perdida, Meu coração gela, e bate de forma sentida. A angustia se possessa de mim, Exausta, exangue, sento-me no banco do jardim. Fecho os olhos, deixo a lágrima cair, Nada faço, compreendo seu sentir. Recorda um passado, que a está ferir. Ouço um eco ao longe. - Não te deixes cair… Alucinação! Meu ser estarrecido, Levanta-se imperioso, Põe-se em sentido. Segue à deriva, Deixa para trás um mundo esquecido. Persegue um presente de dor empedernido. Ignora o futuro, agora já sem sentido.
Deixo-me levar pela melodia,
Melodia que carrega minha tristeza.
Dou-te a mão e, caminho na incerteza…
Não sei o que vou contemplar na noite,
Não sei se te vou encontrar.
Mas sei que te vou amar,
De perto ou à distância.
Entrarás em meu Ser,
Por ti serei possuída,
De ti serei cativa,
Serei o tua fome, a tua sede,
O teu amor, a tua Vida.
Tua dor cravou-se na minha
E, não suporto mais minha existência,
Se a tua é ausência …
Estou incompleta!
Anda, caminha!
Segue, vem até mim!
Estou aqui…Aqui até ao Fim.
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