sábado, 14 de julho de 2012

Silêncio / Solidão


A noite está negra como a morte,
Nela caminho alheia à minha sorte.
O frio paralisa meu corpo,
Não consigo avançar,
Meu coração de forma ardente, parece gelar.
Olha à minha volta, sinto-me agoniada,
Sigo em frente, mas deixei de ver a estrada.
A luz que me conduzia, me incendiava
Com uma rajada de vento, foi apagada.
Não há medo, nem fobia, estou perdida,
Meu coração gela, e bate de forma sentida.
A angustia se possessa de mim,
Exausta, exangue, sento-me no banco do jardim.
Fecho os olhos, deixo a lágrima cair,
Nada faço, compreendo seu sentir.
Recorda um passado, que a está ferir.
Ouço um eco ao longe.
- Não te deixes cair…
Alucinação!
Meu ser estarrecido,
Levanta-se imperioso,
Põe-se em sentido.
Segue à deriva,
Deixa para trás um mundo esquecido.
Persegue um presente de dor empedernido.
Ignora o futuro, agora já sem sentido.



21 de Novembro de 2010

Alcina Moreira

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