sábado, 27 de julho de 2013

Desalento




As lágrimas caem,
Quentes arrefecem meu coração,
Rolam por minha face pálida,
Já nada importa,
Perco a noção do Tempo, perco a Razão.
Vivo uma alegria já morta.
O sofrimento plasma meu ser,
Urge arrancá-lo do peito
Precisas de mim, precisas viver.
Revoltada, agarro o sentimento
Voto-o ao esquecimento,
Deixo a falaciosa felicidade vencer.
Mas, bem de mansinho,
Alguém bate à porta,
Finge ter alma, finge carinho,
Esfaqueia devagarinho,
Uma alma já morta.
Quem és? Que queres de mim?
Esboça um sorriso,
Segue seu caminho
Deixa o eco surdo,
Da palavra sozinho.
Como suportar tal dor,
Como viver longe do amor,
Perdida na escuridão!
Deixo o pensamento voar,
Já nada quero, já nada almejo,
Surge a fobia, surge o receio,
Já não quero amar.
Olhas para mim,
Teu olhar de criança inocente,
Obriga-me a esquecer o passado,
Solta-me da letargia,
Torna o futuro presente.
Já nada faz sentido,
Meu caminho está perdido,
O desespero é latente.
Seguro tua mão,
Numa angustia velada,
Procuro viver a ilusão,
Euforia simulada.

Alcina Moreira









2 comentários:

  1. o insaciável felino da ausência - quando as sensações são teorema sobre um tempo em instigação ciclópica mantendo o homem em adiamento perpétuo...
    beijos, querida amiga-poeta-fotógrafa!

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  2. !Obrigada , querido amigo pela palavras que tão bem exprimem o sentimento que a elas subjaz...

    Beijinho, meu querido amigo-poeta-fotógrafo!

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