domingo, 17 de novembro de 2013

Partiste

As horas passam monótonas, a noite é triste
Porque tu deste mundo já partiste.
A angústia assola meu ser.
Recordo com tristeza teu olhar,
Tua vontade de viver.
Deixo as lágrimas correrem quentes,
Queimando meu rosto gelado
Sinto já a tua falta,
Meu coração de teu sofrimento, cansado.
Que luta, que tenacidade,
Contra uma inimiga feroz,
Que minou tua vontade!
Teu olhar mora no meu pensamento,
Tentaste alhear-te, enganar o teu tormento.
Que revolta pressentir tua resistência,
A uma doença que te minava,
Que te transformou em ausência.
Teu olhar persegue-me,
Numa suplica muda,
De quem espera o fim,
Sabendo não ter ajuda.
Consigo sentir o débil toque de tuas mãos pálidas,
Que tanta vez, com ternura, acariciei,
Não sabia que te dizer,
E no silêncio te amei.
Agora na solidão,
Tento sentir, acordar, encarar a verdade,
Meu ser está inerte, sem vontade,
Não sei se o que sinto é saudade.
Tudo é vazio, absurdo,
Assombrosa escuridão.

Alcina Moreira








2 comentários:

  1. são tantas as estações dos frutos vazios: cantemos, pois, lá onde a mão um dia nos tocou.

    beijinho grande, alcina!

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  2. ...e tanta dor a preencher o Vazio!!

    Beijo terno, querido amigo!

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