quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Tempo que passas...



Tempo, pensei que fosses meu companheiro,
Pensei que fosses meu amigo…
Mas duma forma atroz,
Descubro em ti meu inimigo.
Acreditei que chorasses comigo,
Um choro pungente e sentido,
Que apagasse minha dor…
De mão dada, meu irmão,
Protegerias meu coração,
Desta mágoa de amor.
Mas não, implacável insistes,
Que a saudade que existe,
Se faça eternidade…
Se me queres perseguir,
Faz da recordação ternura,
Onde não haja amargura,
Não mais que a terna doçura,
De amar e ser amada.

Alcina Moreira



2 comentários:

  1. o tempo, a forma e a substância do que somos mas mais ainda do que jamais seremos.

    beijinho em tons de outono, querida amiga!

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  2. Oxímoro, verdadeiro paradoxo este TEMPO que amamos, tememos, devorámos, destruímos para ser destruídos e, quem sabe, renascer...
    Beijinho atemporal, meu querido amigo!

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