A chuva bate, fustiga as janelas,
Seu som é uma triste melodia.
Que arde meu corpo e me deixa fria.
Olho o horizonte com céu cinzento,
Deixo a lágrima tombar,
Rebolando meu sentimento.
Hirta me mantenho ali,
Pensando no que sou,
Recordando o que já vivi…
O tempo passa, permaneço esquecida
Que a vida mesmo com dor é para ser vivida.
Acendo o cigarro de alma inquieta,
Sufoca-me esta vida presente e tão incerta.
A revolta esvai-se, a dor persiste,
Encarar uma vida com futuro tão triste…
Ouço uma voz melódica ao longe,
Implora-me que não busque o que a vida me esconde.
E, assim vou viver, o presente de felicidade ausente,
Esquecer o passado em meu peito abafado.
Ignorar o futuro que parece tão escuro.
Assim, assim, vou viver…
3 de Outubro de 2010
Alcina Moreira
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