sábado, 3 de março de 2012

Despedida / pseudo-partida



Despedida sentida/ pseudo-partida.



Escuto e sinto,

Sinto minha alma tocar a tua.

Sinto nossas lágrimas unas,

Criando um mar de amargura…

Minha angustia agarra-se à tua, gritando em uníssono,

Fazendo um eco surdo, no vazio de nosso pensamento.

Sinto teus lábios, tocarem os meus,

Inertes, frios,

Sabendo estar próximo o fim.

Toco tua face, seguras meu rosto,

Olhámo-nos pela última vez, como se a fosse a primeira.

Gravámos, com dor, na memória

Um doce amor que não pode viver…

Sufocamos uma madrugada de ternura

Que, com o vento voraz, foi apagada.

Dás-me a mão trémula e aperta-la com força.

Tua paixão de outrora, agarra-se à tua mão,

Para ficar gravada, de forma abrupta e firme, no meu coração.

Não nos olhámos mais,

Lentamente, sentimos nossos dedos separarem-se, com desespero…

Não quero ver mais teus olhos,

Não quero ver mais minha dor plasmada no brilho de teu olhar,

Não quero ver tua dor, já a levo comigo.

Separámo-nos, sem olhar para trás.

Separámo-nos, mas sei que em mim viverás.

Nada, nem ninguém poderá apagar,

Este doce e selvagem amor,

Que quis o destino separar.

Amei, fui amada, amo aquilo que fomos.

Amarei aquilo que somos eternamente…

E deixo-te partir,

Deixo-te partir para sempre…



10/02/11                                                                                                       

Beijos


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