Despedida sentida/ pseudo-partida.
Escuto e sinto, 
Sinto minha alma tocar a tua.
Sinto nossas lágrimas unas,
Criando um mar de amargura…
Minha angustia agarra-se à tua, gritando em uníssono,
Fazendo um eco surdo, no vazio de nosso pensamento.
Sinto teus lábios, tocarem os meus, 
Inertes, frios,
Sabendo estar próximo o fim.
Toco tua face, seguras meu rosto, 
Olhámo-nos pela última vez, como se a fosse a primeira.
Gravámos, com dor, na memória 
Um doce amor que não pode viver…
Sufocamos uma madrugada de ternura
Que, com o vento voraz, foi apagada.
Dás-me a mão trémula e aperta-la com força.
Tua paixão de outrora, agarra-se à tua mão, 
Para ficar gravada, de forma abrupta e firme, no meu coração.
Não nos olhámos mais,
Lentamente, sentimos nossos dedos separarem-se, com desespero…
Não quero ver mais teus olhos, 
Não quero ver mais minha dor plasmada no brilho de teu olhar,
Não quero ver tua dor, já a levo comigo.
Separámo-nos, sem olhar para trás.
Separámo-nos, mas sei que em mim viverás.
Nada, nem ninguém poderá apagar,
Este doce e selvagem amor,
Que quis o destino separar.
Amei, fui amada, amo aquilo que fomos.
Amarei aquilo que somos eternamente…
E deixo-te partir,
Deixo-te partir para sempre…
10/02/11                                                                                                       
Beijos
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