terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Eterna espera...


Tantas vidas que vivi,
E, por momentos temi,
Que não te fosse encontrar.
Homens amei, amei tantos,
Afinal, nenhum amei!
Apenas te imaginava,
No corpo de quem não amava.
Procurei, nesse sentimento,
Viver o que nunca vivi,
Mas, em meu coração ferido,
Sentia ter-te perdido...
Espero, ainda, espero por ti...
Vieste bem de mansinho,
Percorreste um caminho,
Tão íngreme quanto o meu.
Assim, de repente, olhaste-me,
Nesse momento amaste-me,
E, por mim , foste amado.
Hoje sorrio ao vento,
Exalto meu sentimento,
Juro-te amor eterno.
Prometo fugir ao Tempo,
Que te vote ao Esquecimento.
Sim , hoje, sei que por mim foste amado
Numa outra vida,
Quando a minha era perdida.
Esqueço o amanhã ,
Porque já o adivinho,
Com amor e, com carinho,
Seguirei o teu caminho,
Hoje, Amanhã, Sempre.

Alcina Moreira

01/01/14

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Porque choras ?

Porque choras durante a noite?
Que angústia assola teu ser?
Dá-me a tua mão, fecha os olhos…
Procura tudo esquecer.
Encosta tua cabeça em meu colo,
Embala teu sofrimento.
Fecha os olhos, dá-me a mão!
Embarca a tua mágoa,
No mundo do Esquecimento.
Porque gritas no vazio,
Cansado de teu pensamento?
Anda, caminha comigo,
Deixa este mundo cinzento.
Porque clamas uma perda,
Impossível de alcançar?
Abre teu coração ferido,
Deixa a Esperança entrar.
Porque sucumbes ao Destino,
Que insiste em te prostrar?
Ergue-te, com determinação.
Constrói teu Mundo onírico,
Permite ao teu coração,
Viver no sonho e amar.

Alcina Moreira




quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Porque partiste...



Partiste!
E contigo partiu meu coração.
Partiste!
E contigo partiram meus sonhos,
Minha vontade de viver,
Minha ilusão…
Partiste!
E contigo partiu minha alegria,
Vivo à sombra da solidão…
Partiste! Sim, partiste!
Uma angustia que desconhece o Tempo,
Paira em meu Ser,
Isola meu pensamento,
Faz-me chorar, murchar,
Procurar o caminho do Esquecimento,
Porque partiste…

Alcina Moreira

27/03/88




quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Tempo que passas...



Tempo, pensei que fosses meu companheiro,
Pensei que fosses meu amigo…
Mas duma forma atroz,
Descubro em ti meu inimigo.
Acreditei que chorasses comigo,
Um choro pungente e sentido,
Que apagasse minha dor…
De mão dada, meu irmão,
Protegerias meu coração,
Desta mágoa de amor.
Mas não, implacável insistes,
Que a saudade que existe,
Se faça eternidade…
Se me queres perseguir,
Faz da recordação ternura,
Onde não haja amargura,
Não mais que a terna doçura,
De amar e ser amada.

Alcina Moreira



domingo, 17 de novembro de 2013

Partiste

As horas passam monótonas, a noite é triste
Porque tu deste mundo já partiste.
A angústia assola meu ser.
Recordo com tristeza teu olhar,
Tua vontade de viver.
Deixo as lágrimas correrem quentes,
Queimando meu rosto gelado
Sinto já a tua falta,
Meu coração de teu sofrimento, cansado.
Que luta, que tenacidade,
Contra uma inimiga feroz,
Que minou tua vontade!
Teu olhar mora no meu pensamento,
Tentaste alhear-te, enganar o teu tormento.
Que revolta pressentir tua resistência,
A uma doença que te minava,
Que te transformou em ausência.
Teu olhar persegue-me,
Numa suplica muda,
De quem espera o fim,
Sabendo não ter ajuda.
Consigo sentir o débil toque de tuas mãos pálidas,
Que tanta vez, com ternura, acariciei,
Não sabia que te dizer,
E no silêncio te amei.
Agora na solidão,
Tento sentir, acordar, encarar a verdade,
Meu ser está inerte, sem vontade,
Não sei se o que sinto é saudade.
Tudo é vazio, absurdo,
Assombrosa escuridão.

Alcina Moreira








terça-feira, 12 de novembro de 2013

Sem Saída



As folhas amarelecidas caem no banco, varridas pelo vento…
Alheia a tudo, não as vês, isolaste num mundo de esquecimento.
Não contas os dias, as horas, minutos, desistes do tempo.
Observo-te ao longe, entre as folhas outonais,
Caem são pisadas, pela indiferença dos demais.
Ergue-te, sai desse caminho…não te percas.
Precisas de mim ainda que não o peças…
Segura-te a mim, e deixa as lágrimas tombarem,
Molha meu ombro, não te ausentes,
Eu estou aqui, eu estou presente…
Doloroso ver o Outono da vida,
Ceifar de forma tão abrupta,
A vida de uma jovem que nunca teve uma vida absoluta…
Preciso de força, preciso de coragem,
Para te ajudar a passar para a outra margem.
Partirás, um dia partirás…
Sei-o, sinto-o, vejo-o, mas
Em meu coração sempre habitarás.
Meu ser estremece só de pensar
Que a morte implacável,
Te quer vir buscar.
Meu Deus, sê misericordioso,
Dá a esta alma triste, perdida, um fim,
Sem sofrimento, sem angustia, suportavelmente doloroso.
Dá-lhe animo se tiver que ser, para aceitar que Aqui pode terminar,
Mas vai continuar a viver, junto de ti e em meu coração piedoso.
Tu, meu Deus, ser de perdão, desculpa-lhe alguma falha,
Não atormentes muito o seu e meu coração.
Traz-lhe um anjo que a conduza, para o Mundo da paz,
      Onde acaba toda a luta.           

                             



Alcina Moreira 


sábado, 9 de novembro de 2013

Estilhaços de memórias...



Esfume-se o pensamento,
Dilua-se o sentimento,
Afaste-se o sofrimento!
Que pense, quem quer sentir,
Que sinta, quem quer sofrer.
Eu quis um tudo de nada,
Ambição desmesurada.
Agora, agora só quero viver,
Viver para tudo esquecer,
Pensamento,
Sentimento,
Sofrimento,
Que se apaguem, esmoreçam,
Se façam ESQUECIMENTO.


Alcina Moreira 







sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Eternamente tua


Eternamente Tua

Corro a persianas.
Acendo um cigarro.
Aspiro a penumbra…
Deixo-me ficar,
Num triste deambular,
De recordação profunda.
Vejo teus olhos verdes,
Que penetram o meu ser.
Dois pedaços de mistério
Que insisto em perceber…
Que esconde teu olhar?
Nele vejo a fúria do mar,
A beleza da natureza…
Que angustia carregas contigo,
Que te turva o pensamento,
Causa do olvidar
Do meu e teu sentimento?
Quero apagar tua dor,
Curá-la com meu amor
E ver-te sorrir ao vento.
Quero tornar presente,
Que meu coração te entrego,
Será teu eternamente.


Alcina Moreira











quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Olhar distante...






Não sei mais que pensar,
Não sei mais que dizer,
Vejo o sofrimento ao meu lado
Sem nada poder fazer.

Uma dor que estrangula,
Tristeza que asfixia,
Ver no olhar de criança,
A ausência de alegria.

Olho-te, mas tu nada vês,
Isolaste em teu castelo,
Onde tudo deve ser belo,
Onde habita a ilusão.

(...)

E neste confuso sentimento,
Já não sei por quem chorar,
Se por ti, que brincas só,
Se por ao teu coração não chegar.

Alcina Moreira



















sábado, 28 de setembro de 2013

Sem destino





Caminhas sozinho, sem destino,
Caminhas no meio da multidão,
Alheio a tudo, isento da razão.
Esboças um sorriso, ainda que apagado
Ironia presente, num ser amargurado.
Deixaste de acreditar, deixaste de sonhar,
Em teu olhar raia o medo, de um novo despertar.
Tua angustia é teu fado, que por ti é abraçado,
Foges de outro ser, receias, já, ser amado.
Preferes a solidão, num pensamento esmorecido,
Queres fazer do presente, um passado esquecido.
Teu olhar perdido e belo, contempla o firmamento,
Plasmas tua dor, no mundo do esquecimento.
Sabes que a felicidade é já doce utopia,
Deixas tombar teu corpo, em suave letargia.
Esqueceste o passado, desconheces o presente,
Ao teu futuro sorris, numa alegria aparente.

10 de Julho de 2010

Alcina Moreira


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Som do Silêncio



Um silêncio ensurdecedor,
Dentro e fora de mim,
Estilhaça minha dor,
Um grito mudo assim…

Uma lágrima gelada,
Queima minha face enrubescida,
Por uma angustia sentida,
Uma saudade sem fim.

Sinto teu olhar suplicante,
Fazendo apelo à esperança,
Já em sofrimento galopante,
Como um sonho de criança.

(...) 

Partiste, deixaste-me em letargia,
Tudo o que sinto é um vazio,
Que por ninguém é preenchido
Uma triste nostalgia.


Alcina Moreira



sábado, 24 de agosto de 2013

Memórias


Acendo um cigarro,
Encosto minha face molhada,
Nas vidraças da janela.
Abro os olhos e vejo o reflexo,
De meu olhar nela projectada.
Embrulho-me no silêncio da madrugada,
De minha imagem já estou cansada.
Não de meu ser de outrora,
Esse já se foi embora,
Deixando uma alma apagada.
Necessidade, desespero, nostalgia,
Recordo o passado, recordo o dia
Em que amei e fui amada.
Mas o Tempo, esse inimigo feroz,
Abandonou nosso amor,
Criou uma mágoa atroz.
Esmago o cigarro,
E com ele meu pensamento,
Abraçado a um sentimento,
Que hoje sei que perdi…



Alcina Moreira 



segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Saudade/ Nostalgia

(Para a minha irmã, agora num mundo de PAZ...)

Não sei! 
Correm soltas, rebeldes, 
Caem em meu colo… 
Nada faço para as conter, 
Dor espiritual que avassala meu ser. 
Saber-te longe, impossível de alcançar, 
E ainda assim continuas a viver. 
Olho o firmamento, 
Sei que me vês, sei que ouves 
Mas, tudo isso me transcende, 
Em nada mitiga meu sofrimento 
Tanta coisa por dizer, 
Necessidade de te compreender, 
Capacidade de aceitar, 
Que de tudo já sabias, 
Sufocando a vontade de chorar. 
Mistério que irá perdurar, 
Para sempre por debelar. 
Como se pode sobreviver, 
Sabendo os dias contados, 
Dias que nos separam, 
Dos nossos seres amados! 

Alcina Moreira




sábado, 3 de agosto de 2013

Garoto de olhar triste



Garoto de olhar triste,
Pedes-me um poema.
É tão fraca a minha pena
Não sei como não sentiste.

Teu sorriso é minha folha
Teus olhos minhas palavras
Teu sorriso é melodia,
Que em júbilo me cantavas.

Olho para ti deslumbrada,
E deixo o verso soltar-se
Qual musa, teu olhar doce,
Quer no meu eternizar-se.

Garoto, olhar ternura,
Criança, sonho de amor.
Preciso da tua inocência,
Para esquecer minha dor.

Garoto, anjo de luz,
Nesta longa caminhada,
Dá-me a mão, tua esperança,
Desta vida estou cansada.

Garoto, hoje é teu dia!
És amor, és inocência,
Partilhemos a alegria,
Porque a minha fez-se ausência.


Alcina Moreira

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Caminho



Caminha naquela estrada,
Está sozinha, abandonada,
Sua alma torturada,
Chora, grita angustiada.

Olha em seu redor,
Tudo está triste, despido,
Devastado pela dor,
Em seu coração de angustia esculpido.

Procura na escuridão,
Cúmplice da sua solidão,
Encontrar uma saída,
Buscar sua alma perdida.

Houve o eco de seus passos,
Lentos, pesados, lassos,
Que caminham à deriva,
De toda a alegria despida.

A tristeza é sua – diz,
A saudade companheira
Pede a Deus, mulher infeliz,
Uma vida verdadeira.







Alcina Moreira








sábado, 27 de julho de 2013

Desalento




As lágrimas caem,
Quentes arrefecem meu coração,
Rolam por minha face pálida,
Já nada importa,
Perco a noção do Tempo, perco a Razão.
Vivo uma alegria já morta.
O sofrimento plasma meu ser,
Urge arrancá-lo do peito
Precisas de mim, precisas viver.
Revoltada, agarro o sentimento
Voto-o ao esquecimento,
Deixo a falaciosa felicidade vencer.
Mas, bem de mansinho,
Alguém bate à porta,
Finge ter alma, finge carinho,
Esfaqueia devagarinho,
Uma alma já morta.
Quem és? Que queres de mim?
Esboça um sorriso,
Segue seu caminho
Deixa o eco surdo,
Da palavra sozinho.
Como suportar tal dor,
Como viver longe do amor,
Perdida na escuridão!
Deixo o pensamento voar,
Já nada quero, já nada almejo,
Surge a fobia, surge o receio,
Já não quero amar.
Olhas para mim,
Teu olhar de criança inocente,
Obriga-me a esquecer o passado,
Solta-me da letargia,
Torna o futuro presente.
Já nada faz sentido,
Meu caminho está perdido,
O desespero é latente.
Seguro tua mão,
Numa angustia velada,
Procuro viver a ilusão,
Euforia simulada.

Alcina Moreira









terça-feira, 16 de julho de 2013

...Silêncio...





Palavras que não se soltam,
Num silêncio sufocante,
Busco as letras que vacilam,
Num mutismo acutilante.
Procuro o ser que não sendo, 
Insiste em Ser, todavia,
Nesta (in)certeza vivendo,
Incandescente agonia.
Palavras que não se soltam,
Em sílabas agonizantes,
Caminham, correm, tropeçam,
Em murmúrios sibilantes.
Procuro ver-te, não vendo,
Nesta (in)grata cegueira, 
Amar-te, amar mal sabendo,
Numa apagada fogueira.
Palavras que não se soltam,
Em gemidos latejantes,
Moribundas, já não voltam,
Deste mundo estão distantes.

Alcina Moreira





quarta-feira, 10 de julho de 2013

Sonho/Devaneio




Fechei os olhos 
Afoguei meu pensamento, 
Apenas naquele momento. 
Tu e eu, sonho ou devaneio, 
De mãos dadas, 
Rompemos caminhos, estradas, 
Para atingir o Infinito. 
Tive medo, um instante, 
De estar num pais distante, 
Onde o Tempo fosse ausência, 
Tudo fosse reminiscência, 
De algo que não vivi. 
Se foi real, foi vivido, 
Se foi sonho, foi sentido. 
Um corpo adormecido. 
Coração entorpecido, 
Espero, espero por ti… 

Alcina Moreira


domingo, 7 de julho de 2013

Detrèsse



Uma forte depressão,
Vontade indubitável de escrever,
Desejo de abrir meu coração.
A tristeza é infinita,
Angústia em turbilhão
Estilhaça minha alma,
Que mais não quer que a paz, a calma.
Saudade! Saudade de quê?
Saudade de quem fui, de quem sou.
Procuro resposta em meu ser,
Ela nele se instalou, dele se apossou,
E, sem resposta, insiste nele viver.

Alcina Moreira

sexta-feira, 5 de julho de 2013

...de esquecimento




Acendo um cigarro,

A noite passa lenta, melancólica...

Meus olhos fixam o firmamento,

Uma lágrima solta-se,

Sacudida pelo vento.

Penso, penso em ti,

E uma saudade pungente,

Transforma meu sangue em lava ardente

Preciso esquecer, preciso esquecer o que senti,

Urgente olvidar este amor que me asfixia

Que possui meu corpo, em letargia,

Que transforma meu dia, em noite sombria.

Urge apagar esta dor,

Dum amor que nunca foi,

Apagar todo o passado,

Dum coração magoado

Que viveu na ilusão…

 
Alcina Moreira

quinta-feira, 27 de junho de 2013

domingo, 23 de junho de 2013

Noite fria




Noite fria, noite gélida,

Noite, companheira amiga!

Em teu manto de penumbra me cubro,

Procuro esquecer o novo dia…

Na tua sombra me escondo,

Carpindo uma mágoa antiga.

Escutas meus lamentos,

Lês, como ninguém, meus pensamentos,

E nada dizes…

Porque feita de mistério, minha dor entendes,

Meu sonho desfeito compreendes …

Calada, cúmplice de meu segredo, segues-me,

Embalas-me em silêncio,

Fazes-me acreditar que posso caminhar,

Sem culpa, sem medo, porque tudo vais guardar,

E todo será votado ao esquecimento

Quando o novo dia raiar…
Alcina Moreira

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Depressão



 

Sinto-me triste, deprimida…
Uma nostalgia parece ensombrar meu dia,
Mergulho na escuridão da minha depressão,
Deixo que a dor escorra de meu coração,
A mágoa cola-se a ela numa triste melodia.
Não consigo escapulir a uma saudade que me asfixia.
Deixo-me cair, com os pensamentos em turbilhão…
Cansada, exausta de procurar o nada, perco a razão.
Meu pensamento transforma-se em sentimento,
E todo este sentir é um real fingimento,
Duma alma sem alento, sem rumo, ao sabor do vento.
Abraço-me, fecho os olhos e procuro aquela lágrima escondida,
Que me ajude a tratar a minha alma ferida…
A lágrima tombou, molhou minha face e secou.
Evaporou-se e deixou-me mais perdida…




Alcina Moreira